Falcão reclamou do tratamento dado pela imprensa ao caso em São Paulo. "Se houvesse alguns de nossos partidos envolvidos, seria a maior corrupção da história. Mas dizem que é cartel e que a vítima é o Estado", discursou o dirigente petista no Rio, em seminário que analisava os protestos de junho.
"As manifestações não vão cessar. Haverá uma em São Paulo, no próximo dia 14, contra o propinoduto ou o trensalão", disse. À noite, em encontro do PT em Bauru, Falcão retomou o caso e foi mais direto: "Chega de tucanos em São Paulo.
Se não passar uma CPI na Assembleia, vamos passar no Congresso". Presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique saiu em defesa dos quadros tucanos, apesar de o presidente da legenda, Aécio Neves (MG), não ter assinado a única nota oficial do diretório nacional do partido sobre o caso.
Segundo FHC, "há muita agitação, mas pouca coisa concreta a respeito" da denúncia. "Não houve acusação de que o governo de São Paulo tivesse sido favorecido ou que algum político do PSDB tivesse se beneficiado", disse o tucano, que também estava no Rio nesta sexta.
"Quando começam a misturar as águas, não é bom. Isso pode dar a impressão de que é parecido com o que outros fizeram. (...) A população ficaria pensando que é tudo farinha do mesmo saco. E não é", disse FHC.
"Do que eu saiba, os governadores de São Paulo Mário Covas (morto em 2001), Geraldo Alckmin e José Serra são pessoas que não entram neste campo de corrupção", enfatizou.
O caso de acerto em licitações foi delatado pela multinacional Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A empresa fez com o Cade um "acordo de leniência", ou seja, admite negociatas e, em troca, fornece provas e informações sobre o ilícito.
Fernando Henrique Cardoso admitiu que licitações podem gerar corrupção e afirmou que o ex-governador José Serra foi transparente ao dar respostas sobre denúncias.
Reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo na quinta-feira revelou a existência de e-mail de executivo da Siemens relatando conversa com o então governador José Serra na qual ele teria sugerido que a empresa fizesse acordo com a primeira colocada, a espanhola CAF, para a licitação não ter de ser cancelada. Serra nega.
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