Vamos entender melhor:
JOSÉ SERRA CANDIDATO À PRESIDÊNCIA...
O ex-governador José Serra afirmou nesta quarta-feira, 21, que é "possível que seja candidato a presidente" da República e que vai disputar as prévias com o pré-candidato e presidente do partido, Aécio Neves, e com outros que aparecerem. Mas exigiu regras claras para a abrangência da consulta, o tipo de participação e os prazos. Serra disse esperar que as propostas a serem apresentadas por Aécio para as prévias "sejam boas". E insinuou que elas não podem ser "propostas restritivas só para parecer que se está simulando uma consulta".
Serra vem insistindo na realização de prévias para a escolha do candidato a presidente da República que vai disputar a eleição pelo PSDB no ano que vem. Na terça-feira, 20, Aécio Neves disse, como presidente do PSDB, que aceitava fazer as prévias, mas as vinculou ao prazo de filiação partidária. Segundo ele, só poderá realizá-las depois de 5 de outubro, quando termina o prazo para a mudança de partido. Serra tem conversado com o presidente do PPS, Roberto Freire, que lhe ofereceu a legenda para entrar na disputa no ano que vem.
Dizendo-se surpreso com a decisão de Aécio, de aceitar as prévias, Serra afirmou que o senador tem falado como presidente do partido, "embora seja candidato". Por isso, pediu igualdade nas regras, para que ninguém seja beneficiado. "Eu não tinha tido conhecimento de que o Aécio apoia prévias dentro do PSDB. Fiquei sabendo (disso) pelos jornais", afirmou o ex-governador, logo depois de participar de uma reunião com senadores e deputados, no Senado.
O próprio Aécio o visitou, embora por menos de dois minutos. "Ele veio me dar um abraço. Mas não participou da reunião", disse Serra. Aécio, ao sair do encontro, disse que não falaria de prévias. "Já falei o que tinha de falar sobre isso (prévias). Agora, vou trabalhar, cuidar da vida", afirmou o senador.
Ao comentar a decisão de Aécio, de aceitar as prévias para escolher o candidato, Serra lembrou que o senador é candidato. "Embora ele seja candidato, ele está falando como presidente do partido. Nesse sentido, eu gostaria de saber quais são as condições dessas prévias: me refiro à abrangência, número de pessoas, tipo de participação, qual a taxa democrática, prazos, condições de competitividade que, evidentemente, deveriam ser iguais entre todos", disse ele.
"Uma vez esclarecido isso, então, alguns poderão tomar a decisão de participar ou não. Eu próprio, que é possível que eu seja candidato a presidente; o senador Alvaro Dias pode também se inscrever de acordo com as regras que sejam propostas. É preciso primeiro conhecer essas regras. Não cabe a mim agora falar de regras", afirmou o ex-governador. Serra lembrou mais de uma vez que Aécio é presidente do partido, e está numa dupla condição.
"Aécio falou como presidente do partido. Eu não entro nesse debate. Ele tem essa dupla condição. Então, cabe explicitar as ideias e as propostas de maneira precisa. Certamente vão ser propostas boas, não vão ser propostas restritivas só para parecer que está simulando uma consulta. Certamente vão ser propostas boas. Vamos aguardar", disse Serra.
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... OU FERNANDO HENRIQUE CARDOSO E
AÉCIO NEVES JUNTOS?
Lideranças de São Paulo vêm enfrentando escândalos no campo político, indignação da sociedade e até insatisfação na área econômica, com indústria e comércio descontentes. Este poderia ser um campo fértil para que seus inimigos políticos crescessem. Contudo, contrariando a lógica, não é isso o que vem acontecendo.
Em Brasília, vemos o crescimento dos ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda (ambos sem partido), que em recente pesquisa aparecem entre os preferidos dos eleitores, com 34% e 24%, respectivamente.
Em Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB) alcança 36% de aprovação. Já no Paraná, o governador Beto Richa (PSDB) conta com 41%, enquanto que em Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD) soma 30%. Já o Rio Grande do Sul de Tarso Genro (PT), que conta com 25% de aprovação, é um terreno historicamente dividido.
No turbulento Rio de Janeiro, o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) surge com a possibilidade de angariar 15% dos votos, prejudicando palanque para Anthony Garotinho (PR) em apoio à presidenta Dilma Rousseff, por ser o grande opositor a Sérgio Cabral (PMDB). Por sua vez, o governador despenca nas pesquisas, com apenas 12% de aprovação.
Todo este cenário pode sinalizar que Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves venham a ter apoio quase que nacional às suas candidaturas.
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FONTE: REVISTA EXAME/EDITORA ABRIL. EXAME.COM
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