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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Veja na íntegra como foi o segundo dia de julgamento de Conrad Murray


O julgamento de Conrad Murray pela morte de Michael Jackson recomeçou no início da tarde de quarta, 28, em Los Angeles. O médico de 58 anos é acusado de homicídio culposo - quando não há intenção de matar - pela promotoria. Se condenado, pode enfrentar uma pena de até quatro anos de prisão.

Assim como no primeiro dia, a família Jackson apareceu em peso. Os fãs também estiveram na porta e, empunhando cartazes, gritavam: "Justiça para Michael".


Neste segundo dia, promotoria e defesa interrogaram testemunhas. A primeira foi Paul Gongrave, produtor de "This is it", que afirmou que foi o próprio Michael que quis os serviços de Conrad Murray. A segunda foi Kathy Jorrie, advogada que fez o contrato de serviço entre Michael e o réu. Segundo ela, Murray atestou diversas vezes que o popstar estava "perfeitamente saudável".   

Michael Amir Williams, assistente pessoal de Michael Jackson, foi o terceiro a testemunhar. Foi ele que recebeu o telefonema de Murray dizendo que o popstar tinha tido uma reação ao propofol e precisava de ajuda. Ele ainda conta que Murray foi à casa de Michael buscar coisas que o popstar supostamente não queria que o mundo ficasse sabendo. O assistente não sabia o conteúdo desses coisas, que o médico chamou de "cremes".

Primeira testemunha do dia: Paul Gongrave, produtor de 'This is it'
Paul Gongaware, produtor da turnê "This is it", foi o primeiro a testemunhar nesta quarta, 27. Ele, que já tinha começado a depor no primeiro dia, falou sobre a saúde de Michael Jackson, a relação entre o médico e o paciente e o salário pago a Dr. Murray.

Ampliar FotoTMZ/. Reprodução

Paul Gongrave, produtor de 'This is It': ele contratou os serviços de Murray a pedido de Michael

Ao ser indagado pela promotoria se Michael estava drogado durante os ensaios da turnê "This is it, Gongrave falou: "Não disse que ele estava intoxicado, disse que ele estava mais lento."   

Já a defesa tentou provar que ter um médico numa turnê era algo comum e que foi ideia do próprio Michael ter Murray na turnê. "Michael disse que seu corpo era uma máquina e que nós tínhamos que botar essa máquina para funcionar", disse o produtor. 

O valor pedido por Doutor Murray para cuidar de Michael por um ano na turnê "This is it" também foi debatido. Segundo Gongaware, o primeiro valor pedido pelo cardiologista - 5 milhões de dólares - era irreal e "muito alto" e que o acordo acabou ficando em 150 mil.  

Ampliar FotoTMZ /-Reprodução

A advogada da AEG Kathy Lorrie: responsável pelo contrato entre Michael e Murray

Segunda testemunha do dia: Kathy Lorrie, advogada da AEG
Kathy Jorrie, a advogada da AEG, foi a segunda a testemunhar nesta quarta. Ela foi responsável pelo contrato de serviço feito entre Michael e Conrad Murray.

Segundo Kathy, Murray pediu algumas mudanças no contrato que tinha com MJ. "AEG forneceria uma enfermeira, mas doutor Murray pediu pra mudar. Ao invés de uma enfermeira, queria um médico-assistente. Eu perguntei: 'por quê?' Ele disse que se ele tivesse cansado, queria ter certeza que tinha alguém pra ser seu assistente."

Ainda de acordo com Jorrie, Conrad atestou diversas vezes que "Michael estava perfeitamente saudável, para que eu não me preocupasse, que ele estava ótimo". Apesar disso, Murray também pediu uma máquina de ressuscitação para "ter certeza que a máquina não ia faltar". 

Apesar de tudo, o contrato entre Michael, Murray e a empresa AEG nunca foi assinado e Murray nunca recebeu nenhum pagamento pelos serviços prestados a Micahel. "Nenhum pagamento foi feito a Dr Murray, pelo menos pelo meu cliente (AEG)", disse a advogada ao ser questionada pela defesa do cardiologista. 

Terceira testemunha do dia: Michael Amir Williams, assistente pessoal de Michael Jackson
Michael Amir Williams disse em seu depoimento que organizava a agenda, encontros e viagens para Michael Jackson, e qualquer coisa de que o cantor precisasse. Ele, que se considerava um amigo do rei do pop, contou ainda que as únicas pessoas que moravam na mansão de Michael Jackson da rua Carolwood, ao norte da Sunset Boulevard, em Holmby Hills, eram os filhos do cantor: Michael, Prince, Paris e Blanket.

Ampliar FotoTMZ/. Reprodução

 Michael Amir Williams, assistente pessoal de Michael Jackson, durante o julgamento

O assistente pessoal de Michael Jackson revelou que ninguém, além do cantor e de seus filhos, ia ao segundo andar da mansão sem a permissão de Michael, que gostava de ter sua privacidade preservada. Ele contou também que Michael Jackson estava bem humorado na noite do dia 24 de junho, depois de seu último ensaio.

Michael Amir Williams disse que foi à casa de Michael Jackson depois do ensaio para ajudá-lo a abrir alguns presentes dados por fãs, seguindo para sua residência logo depois. No dia seguinte, havia uma mensagem de voz no celular do assistente pessoal do rei do pop deixada por Conrad Murray, às 12h15, dizendo: "retorne a ligação agora mesmo". Quando retornou a ligação, Michael Amir Williams contou que Conrad Murray disse que Michael Jackson tinha tido uma "reação ruim" e pediu: "traga alguém aqui imediatamente".

A mensagem deixada por Conrad Murray - que parecia estar em pânico - no celular do assistente pessoal de Michael Jackson foi mostrada durante o julgamento. Ouça aqui.

Ampliar FotoTMZ/-Reprodução

Tubos de oxigênio na casa de Michael

Michael Amir Williams disse que a primeira coisa que viu quando chegou à mansão do rei do pop foi Michael Jackson sendo transportado em uma maca. O assistente pessoal contou que Conrad Murray estava "desvairado". 

Após a morte de Michael Jackson, Murray foi até Williams dizendo que precisava pegar na mansão do popstar certos "cremes" que Michael não gostaria que o mundo ficasse sabendo. Murray teria, então, pedido a Williams que o levasse até a casa de MJ para recuperar algumas dessas coisas. Williams nunca mencionou este estranho pedido à polícia até dois meses após a morte de Michael.

De acordo com Williams, era normal ter tubos de oxigênio na casa de Michael. Ainda segundo Williams, depois de checar com o chefe de segurança de Michael, os dois decidiram não deixar Murray entrar outra vez na casa e resolveram dizer que a polícia estava com a chave de casa.  

Ampliar FotoReuters/-

Katherine e Joe Jackson no segundo dia de julgamento

PRIMEIRO DIA
Na abertura do julgamento de Conrad Murray foram ouvidos os argumentos da promotoria, da defesa e duas testemunhas, o coreógrafo e diretor da turnê "This is It", Kenny Ortega, e o produtor Paul Gongaware.

Argumentos da promotoria: 'Incompetência e negliência' de Murray na overdose por propofol
A sessão desta terça foi aberta com os argumentos do promotor David Walgren. Na tese da promotoria, Michael Jackson morreu por uma overdose de propofol, um forte anestésico, ministrado pelo Doutor Conrad Murray em 25 de junho de 2009. A promotoria quer provar que Murray agiu com "incompetência e negligência" no caso.

Para provar a fragilidade de Michael, a promotoria exibiu uma gravação até então inédita, feita pelo próprio celular de Murray, da voz de Michael Jackson falando sobre a turnê "This is it" sob "efeito de substâncias desconhecidas", mas audivelmente desorientado. "Nós temos que ser fenomenais. Quando as pessoas deixarem este show, queremos que eles digam: 'Nunca vi nada como isso. Ele é o maior artista do mundo'", dizia Michael, com uma voz fraca e confusa, na gravação.

Escute a voz de Michael Jackson desorientada e 'sob efeito de substâncias desconhecidas' 

Ampliar FotoReuters/Reuters

Janet e Tito Jackson, irmãos de Michael, no segundo dia de julgamento

O promotor acusou Murray de abandono, já que o médico deixou Jackson sem supervisão durante alguns minutos, e disse ainda que os dois não mantinham uma relação médico-paciente e sim de empregado-empregador: "O dr. Murray agiu de maneira muito negligente e não trabalhava pensando no que era melhor para Michael Jackson. Ele trabalhava por US$150 mil por mês.” Além disso, a promotoria declarou que Murray não teria dito aos médicos da emergência que tinha administrado propofol no cantor.

Argumento da defesa: Michael provocou a própria morte Segundo o advogado Ed Chernoff, o próprio popstar tomou pílulas de Lorazepam e autoinjetou uma enorme dose do anestésico propofol, causando a overdose e, consequentemente, a morte.

- Michael Jackson estava frustado porque seu médico não lhe deu o remédio que ele queria. Ele agiu de maneira que causou sua própria morte. Nossas provas mostrarão isso. Michael tomou 8mg de lorazepan. Os especialistas mostrarão que isso é o suficiente para colocar seis de vocês para dormir. 

Ampliar FotoReuters/-

Latoya Jackson no segundo dia de julgamento

E prosseguiu:

- Michael administrou uma dose de propofol sozinho quando Murray deixou o quarto. Somado ao lorazepan, isso criou uma tempestade que causou sua morte. Quando Murray voltou, não adiantava fazer CPR. Ele morreu tão rapidamente que seus olhos ainda estavam abertos.

Ainda segundo a defesa do médico, Murray estava tentando fazer com que Michael parasse de usar propofol para dormir usando outros sedativos e por isso na noite anterior à morte do cantor o anestésico não foi administrado. Segundo Chernoff, a situação do cantor era tão grave cinco dias antes de sua morte que representante da AEG, empresa responsável pela turnê "This is It", fizeram uma reunião na casa do cantor e consideraram cancelarem os shows. Depois dessa reunião, Jackson teria deixado claro para Murray que precisava do remédio para dormir ou a turnê não aconteceria. O médico chorou em determinado momento do discurso de seu advogado.

Primeiras Testemunhas Durante o testemunho, Kenny revelou que no fim do mês de junho de 2009, Michael começou a faltar alguns ensaios e que no dia 19 de junho apareceu doente. "Ele não estava bem, parecia perdido e estava incoerente". Ainda segundo Ortega, ele se sentou com Michael para observar o ensaio e o cobriu com uma manta. "Trouxe comida e massagiei seus pés. Neste dia, ele deixou o ensaio mais cedo."

Em email enviado ao CEO da AEG, empresa responsável pela turnê, Ortega demonstrou sua preocupação com o estado de saúde do cantor. No documento, Ortega diz achar necessário que Michael tivesse acompanhamento de um terapeuta e que os figurinistas repararam que o cantor tinha perdido peso. Além disso, Conrad Murray é mencionado: "Tentei entrar em contato com o médico dele, mas não consegui."

A segunda testemunha chamada para depor foi o produtor Paul Gongaware. Segundo ele, os ingressos para os dez primeiros shows foram vendidos em poucos minutos, e Michael queria adicionar mais 21, somando um total de 31 apresentações. Paul disse ainda que Michael queria que Murray fosse seu médico durante a turnê e que chegou a oferecer US$1,5 milhão para que Murray fechasse o contrato e viajasse com ele.

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